terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Movimento Feminista

Significado

Feminismo é o movimento social que defende igualdade de direitos e status entre homens e mulheres em todos os campos.

Origem

Embora ao longo da história diversas correntes filosóficas e religiosas tenham defendido a dignidade e os direitos da mulher em muitas e diferentes situações, o movimento feminista remonta mais propriamente à revolução francesa.

Mulheres em passeata feminista
A convulsão desencadeada em 1789, além de pôr em cheque o sistema político e social, então vigente na França e no resto do Ocidente, encorajou algumas mulheres a denunciar a sujeição em que eram mantidas e que se manifestava em todas as esferas da existência: jurídica, política, econômica, educacional etc.

Enquanto os revolucionários proclamavam uma declaração dos direitos do homem e do cidadão, a escritora e militante Olympe de Gouges redigia um projeto de declaração dos direitos da mulher, inspirada nas idéias poéticas e filosóficas do marquês de Condorcet.

Desde o início da revolução, as francesas participaram ativamente da vida política e criaram inúmeros clubes de ativistas femininas. Em 1792, uma delegação encabeçada por Etta Palm foi até a Assembléia para exigir que as mulheres tivessem acesso ao serviço público e às forças armadas. Essa exigência não foi atendida e o movimento feminino foi suprimido pelo Terror. Robespierre proibiu que as mulheres se associassem a clubes, e o projeto de igualdade política de ambos os sexos foi arquivado.

Em 1848, a França conheceu nova revolução e, como a anterior, sacudiu as bases da ordem estabelecida. Mais uma vez os clubes femininos proliferaram no país. As mulheres agora reivindicavam não só a igualdade jurídica e o direito a voto, mas também a equiparação de salários. Essas novas exigências se explicavam pelas transformações da sociedade européia da época. Com a crescente industrialização, as mulheres dos meados do século XIX foram cada vez mais abandonando seus lares para empregar-se como assalariadas nas indústrias e oficinas. Entraram, assim, em contato com as duras realidades do mercado de trabalho: se os operários da época já eram mal pagos, elas recebiam menos ainda. Conseqüentemente, era mais vantajoso dar emprego às mulheres que aos homens, e, assim, estes últimos viram-se envolvidos em uma penosa concorrência com o outro sexo. Irromperam até mesmo movimentos de oposição ao trabalho feminino.

Nesse confuso panorama, emergiram dois fenômenos significativos. A partir do momento em que as mulheres se mostraram capazes de contribuir para o sustento de suas famílias, não foi mais possível tratá-las apenas como donas-de-casa ou objetos de prazer. As difíceis condições de trabalho impostas às mulheres conduziram-nas a reivindicações que coincidiam com as da classe operária em geral. É, pois, dessa época que data a estreita relação do feminismo com os movimentos de esquerda.

Feminismo nos Estados Unidos e no Reino Unido

Os Estados Unidos e o Reino Unido também se notabilizaram por vigorosos movimentos feministas, surgidos já em princípios do século XIX. Em 1837, fundou-se nos Estados Unidos a universidade feminina de Holyoke e, nesse mesmo ano, realizou-se em Nova York uma convenção de mulheres que se opunham à escravidão. O abolicionismo foi, efetivamente, um dos temas centrais do desenvolvimento e consolidação do movimento feminista americano.

No Reino Unido, Mary Wollstonecraft publicou A Vindication of the Rights of Women (1792; Reivindicação dos direitos das mulheres), obra em que exigia para as mulheres as mesmas oportunidades de que gozavam os homens na educação, no trabalho e na política. Mas foi somente em meados do século XIX, graças aos esforços conjuntos de Barbara Leigh Smith e do filósofo e economista John Stuart Mill, que se criou um comitê do sufrágio feminino. Em 1866, esse comitê apresentou ao Parlamento um projeto igualitário, que foi rejeitado.

Apesar dos êxitos parciais alcançados, o movimento sufragista britânico teve de esperar também o século XX para ver coroados seus esforços.

O movimento feminista brasileiro teve como sua principal líder a bióloga e zoóloga Berta Lutz, que fundou, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Essa organização tinha entre suas reivindicações o direito de voto, o de escolha de domicílio e o de trabalho, independentemente da autorização do marido. Outra líder feminina, Nuta Bartlett James, participou das lutas políticas do país na década de 1930 e foi uma das fundadoras da União Democrática Nacional (UDN).

Feminismo no século XX: Desde o início do século XX, a situação mudou rapidamente pelo mundo inteiro. A revolução russa de 1917 concedeu o direito de voto às mulheres e, em 1930, elas já votavam na Nova Zelândia (1893), na Austrália (1902), na Finlândia (1906), na Noruega (1913) e no Equador (1929). Por volta de 1950, a lista compreendia mais de cem nações.

Após a segunda guerra mundial, o feminismo ressurgiu com vigor redobrado, sob a influência de obras como Le Deuxième Sexe (1949; O segundo sexo), da francesa Simone de Beauvoir, e The Feminine Mystique (1963; A mística feminina), da americana Betty Friedan. No Reino Unido destacou-se Germaine Greer, australiana de nascimento, autora de The Female Eunuch (1971; A mulher eunuco), considerado o manifesto mais realista do women's liberation movimento (movimento de libertação da mulher), mundialmente conhecido como women's lib. Agora já não se tratava mais de conquistar direitos civis para as mulheres, mas antes de descrever sua condição de oprimida pela cultura masculina, de revelar os mecanismos psicológicos e psicossociais dessa marginalização e de projetar estratégias capazes de proporcionar às mulheres uma liberação integral, que incluísse também o corpo e os desejos. Além disso, contam-se entre as reivindicações do moderno movimento feminista a interrupção voluntária da gravidez, a radical igualdade nos salários e o acesso a postos de responsabilidade.

O objetivo de plena igualdade, nunca radicalmente alcançado, realizou-se de forma muito desigual nos diversos países. Entre os principais obstáculos, os de índole cultural são de grande importância. Assim, por exemplo, sobrevivem em grande parte do continente africano resíduos da organização tribal. Em outra esfera, as peculiaridades culturais do mundo islâmico redundam em dificuldades e atrasos na consecução das reivindicações feministas.

Fonte: http://www.renascebrasil.com.br/f_feminismo2.htm

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