Desde 1918, Bertha tornou-se uma defensora incansável dos direitos da mulher no país. Publicou na "Revista da Semana" de 14 de dezembro uma carta denunciando o tratamento dado ao sexo feminino e propõe a formação de uma associação de mulheres, visando a "canalizar todos esses esforços isolados".
Bertha empenhou-se na luta pelo voto feminino e junto com outras mulheres, entre as quais Maria Lacerda de Moura, criou, em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Foi a segunda mulher a ingressar no serviço público brasileiro, após ser aprovada em concurso do Museu Nacional, no Rio de Janeiro - a primeira é Maria José Rabelo Castro Mendes, admitida em 1918 no Itamaraty.
Em 1922, representa as brasileiras na assembléia-geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos, onde é eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana.
O direito de voto feminino foi estabelecido por decreto-lei do presidente Getúlio Vargas apenas dez anos depois, em 1932. Em 1936, Bertha Lutz assumiu o mandato de deputada federal na vaga deixada pelo titular, Cândido Mendes. Defendeu a mudança da legislação referente ao trabalho da mulher e dos menores de idade, propondo a igualdade salarial, a licença de três meses para a gestante e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas. Morre no Rio de Janeiro.
Quando a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o ano de 1975 como o Ano Internacional da Mulher, Bertha, já doente, foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional da Mulher, realizado na capital do México. Este foi seu último ato em prol da melhoria da condição feminina. Faleceu no Rio de Janeiro a 16 de setembro de 1976.
Fonte: educaterra.terra.com.br