Na noite de anteontem (13 de dezembro de 2007), enquanto sobrevoava Marabá (PA) a 12.300 metros de altura, Elisa Rossi foi surpreendida pela tripulação do vôo que tinha Macapá (AP) como destino. Comissários entraram na cabine do Boeing 737 com um bolo para parabenizá-la. Aos 34 anos, a após 3 anos como co-piloto, ela acaba de se tornar a primeira comandante mulher da Gol Linhas Aéreas. “Esse é um dos momentos mais importantes na vida de um piloto, depois do primeiro vôo solo. Todo piloto sonha em pilotar um Boeing, é como dirigir uma Ferrari.”
Elisa faz parte de uma categoria que não chega a uma dezena no Brasil: a de pilotos comerciais mulheres. Antes, a gaúcha Carla Roemmler se tornou no ano passado a primeira comandante de um 737 no País, pela Vasp. Na Gol, são 14 mulheres co-pilotos.
Também gaúcha, de Novo Hamburgo, Elisa cresceu em Chapecó (SC). A vontade de virar piloto surgiu aos 9 anos, durante excursão do colégio ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. “Aos 15 anos, voei pela primeira vez com um amigo. Perguntei se mulher podia ser piloto e ele disse que sim.”
De uma família de classe média baixa, Elisa virou secretária de um aeroclube em Santa Cruz do Sul (RS) para poder voar. Dava aulas teóricas em troca de aulas práticas. “Gastei todo meu dinheiro em horas de vôo. Foi muito difícil. Na época em que comecei não havia mulher voando. Mas faria tudo de novo.”